A imparcialidade do tempo

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Nosso planeta divide o sistema solar com outros sete planetas, alguns maiores, constituídos por gases, nem daria pra andar sobre suas superfícies, outros menores, rochosos assim como o nosso. Diferente dos outros planetas na vizinhança, temos apenas um satélite natural, mas é graças a ele que passamos por quatro estações ao longo de cada 365 dias. Além dessa variedade, somos apenas um em meio a mais de sete bilhões de humanos, sem contar as diferentes e incontáveis espécies de animas, insetos, plantas e a lista continua. Desses mais de sete bilhões, temos diferentes culturas, diferentes gostos, diferentes ambientes e acho que você já percebeu, lendo até aqui, que estou falando de variedades.

Apesar de toda essa variedade, que de tão vasta, nem podemos contar, o tempo é o fator de equilíbrio e imparcialidade aqui. Não importa quais sejam suas origens, gostos, condição social, financeira… O seu tempo é mensurado da mesma forma que pra qualquer outra pessoa. E o mais curioso nisso tudo é que o tempo é só um conceito, ele não existe de fato, se vivêssemos em qualquer outro lugar no universo, contaríamos o tempo de forma diferente. 88 dias dura o ano solar em Mercúrio, 10.760 para Saturno. Meu ponto é: qual o valor que você dá ao seu tempo?

Em “O Preço do Amanhã”, o futuro é retratado de forma peculiar, num sistema que já não existe dinheiro, o tempo é a ‘moeda de troca’ por assim dizer. Seu salário é pago em horas ou minutos, quando você adquire algo, você paga com tempo. Nesse cenário as pessoas não envelhecem ou adoecem, sua vida termina quando seu tempo acaba, se ele acaba. Tudo isso é controlado por uma espécie de cronômetro implantado no corpo das pessoas.

Esse texto não trata do filme em si, mas a citação ajuda a esclarecer o que estou tentando expressar. Por ser algo tão abstrato e que depende de tantas variáveis, tais como os valores e interesses pessoais de cada um, é extremamente delicado e complexo afirmar que essa ou aquela atividade é fazer bom uso do tempo ou desperdiçar-lo, mas pessoalmente, fico preocupado quando ouço alguém se gabar por ser muito ocupado ou por ter a agenda lotada.

Não raro somos definidos por números, pela nossa produtividade ou a falta dela, pelo tamanho da nossa agenda. Aliás, você tem um hobby? Qual foi o último livro que você leu? Lembra da última vez que você passou o dia sem fazer nada importante e não se culpar por isso depois? Vale a reflexão, não é mesmo?

Eclesiastes 3: 1–8 diz: “Para tudo há um tempo determinado; Há um tempo para toda atividade debaixo dos céus: Tempo para nascer e tempo para morrer; Tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou; Tempo para matar e tempo para curar; Tempo para derrubar e tempo para construir; Tempo para chorar e tempo para rir; Tempo para lamentar e tempo para dançar; Tempo para jogar fora pedras e tempo para ajuntar pedras; Tempo para abraçar e tempo para evitar os abraços; Tempo para procurar e tempo para dar por perdido; Tempo para guardar e tempo para jogar fora; Tempo para rasgar e tempo para costurar; Tempo para ficar calado e tempo para falar; Tempo para amar e tempo para odiar; Tempo para guerra e tempo para paz.”

Sair da rotina é necessário, às vezes é tudo de que precisamos pra ver as coisas por ângulos diferentes e dar sentido ao que fazemos dia após dia sem prestar muita atenção. É muito fácil esquecer dessas coisas, das coisas importantes, por isso tento parar tudo em algum momento do mês ou do semestre e fazer algo totalmente novo, não somos máquinas e mesmo elas precisam parar pra manutenção. Então pare, respire, pense e, por um momento, permita-se não fazer nada!

O tempo pode ser uma benção ou uma maldição, tudo depende da sua decisão de como usá-lo.

Giorgio Braz

Giorgio Braz

“As grandes coisas não são feitas por impulso, mas através de uma série de pequenas coisas acumuladas” - Vincent Van Gogh

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